São 54 casos da síndrome notificados no estado, 36 em Itacoatiara (sendo um óbito), quatro em Silves, quatro de Borba, três em Manaus, três em Parintins, um em Caapiranga, um em Autazes, um em Maués e um em Manacapuru.
Na última quarta-feira (1º/09), a SES-AM emitiu comunicado direcionado aos moradores de Itacoatiara, onde se concentra a maioria dos casos, no qual restringe, por um período de 15 dias, o consumo de peixes das espécies pirapitinga, pacu e tambaqui, de origem de pesca de rios e lagos.
Das três novas notificações registradas, uma foi em Manaus, uma em Manacapuru e uma em Parintins. Nesta quinta-feira (02/09) permanecem internados nove pacientes em Itacoatiara, dois em Manaus, três em Parintins e um em Manacapuru. Os pacientes internados são todos adultos e estão clinicamente estáveis.
Força-tarefa – O Governo do Amazonas montou uma força-tarefa com especialistas que atuam em diferentes órgãos do estado para se deslocar até Itacoatiara (distante 176 quilômetros de Manaus), nesta quinta-feira, com o objetivo de investigar mais a fundo as possíveis causas e formas de combater o surto de rabdomiólise.
A ação conta com a participação de representantes da SES-AM, Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf), Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Assistência – De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Anoar Samad, foi definido o fluxo regulado de referência e contra referência dos casos suspeitos e confirmados por rabdomiólise, com a garantia de suporte técnico de acesso à assistência em tempo oportuno e manejo de casos em adultos e crianças.
Em Manaus, pacientes com sintomas podem buscar uma unidade de saúde de urgência e emergência – SPA, UPA ou Pronto-Socorro – e, se necessário, serão referenciados para os hospitais Delphina Aziz e o Hospital Universitário Getúlio Vargas, no caso de pacientes adultos. O Hospital e Pronto-Socorro da Criança (HPSC) da Zona Oeste está preparado para atender o público infantil.
Pacientes com sintomas de rabdomiólise do interior deverão fazer o primeiro atendimento no hospital ou outra unidade de saúde do município e, caso haja necessidade, a unidade hospitalar deverá fazer o encaminhamento para os hospitais de referência na capital, inserindo a chamada no Sistema de Transferência de Emergências Reguladas (Sister).
Acompanhamento – O secretário Anoar Samad ressaltou que a força-tarefa em Itacoatiara conta com a presença de uma equipe da Secretaria Executiva de Assistência do Interior, sob o comando do secretário executivo Cassio Espírito Santo, que visitou hospitais para acompanhar a situação dos pacientes internados. O quadro geral desses pacientes é estável.
“Pedi para um secretário meu ir, pessoalmente, acompanhar esse trabalho. Por enquanto, estamos investigando e controlando os fatores de risco, que em quase todos os casos está relacionado à ingesta dos pescados. Temos uma equipe lá (Itacoatiara) para identificar o que está acontecendo e tomarmos medidas definitivas”, disse.
Além da ingesta de peixes, segundo Anoar Samad, outro fator relacionado ao surto é a sazonalidade, ou seja, o período de descida das águas dos rios e lagos.
O secretário Anoar Samad, que é médico, destacou que a rabdomiólise é uma doença grave, que leva à destruição das células musculares. “Essa destruição, quando é muito grande, descarrega uma série de produtos metabólicos na corrente sanguínea, e isso termina sendo eliminado pelo rim, dando essa coloração escura da urina, podendo levar a insuficiência renal, dificuldade respiratória, fraqueza muscular muito grande. Pode ser ocasionada também por combinação de medicamentos, exercícios físicos extenuantes”, disse o secretário, alertando que, diante dos sintomas, deve-se procurar a unidade de atendimento médico mais próxima.
FOTO: Rodrigo Santos/SES-AM
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