O anúncio quase sempre é atrativo: empréstimo sem consulta a nome sujo no comércio, juros baixos e prazos longos para pagamento. É assim que muita gente acaba sendo seduzida para uma das modalidades de estelionato que vêm sendo registrada em Manaus nos últimos meses. É o golpe do “empréstimo facilitado”.
De acordo com a Delegacia Especializada em Crimes contra o Consumidor (Decon), da Polícia Civil do Amazonas, os criminosos usam redes sociais, distribuem folhetos com propagandas de mão em mão e mandam até mensagens diretas em aplicativos de mensagem instantânea para tentar capturar as vítimas.
“A solução financeira milagrosa, via de regra, é golpe. Aproveite a oportunidade de consultar as possibilidades dentro do seu banco idôneo, que tem Cadastro de Pessoa Jurídica (CNPJ), que é cadastrado no Banco Central para você não incorrer em golpe e não perder seu suado e sofrido dinheiro”, alertou o delegado do Consumidor, Eduardo Paixão.
Os alvos desses tipos de golpe são pessoas interessadas em emprestar dinheiro para fazer um novo investimento ou tentar organizar a vida financeira, saldando dívidas em atraso. Em agências de crédito mais conhecidas, geralmente o empréstimo acaba não sendo liberado, justamente porque o cidadão possui alguma dívida que gerou restrição em serviços como SPC e Serasa.
Mas a promessa de dinheiro desburocratizado cai por terra assim que as negociações avançam. Depois de toda a documentação entregue e o empréstimo aprovado, o estelionatário informa que o “contemplado” precisa pagar uma taxa, para concretizar a liberação do recurso. Quem paga esse valor, muitas vezes, ainda é convencido a desembolsar mais dinheiro com taxas fraudulentas. Cobrança de taxa para liberar empréstimo é o sinal mais evidente de golpe.
Eduardo Paixão explica que é fundamental verificar se a instituição financeira é credenciada pelo Banco Central (Bacen). “O fato de ter CNPJ, muitas vezes, não é garantia de que você não cairá no golpe, no sentido de que pode ser um CNPJ novo, recém-criado, de golpista”, afirma o delegado.
Além disso, antes de assinar qualquer contrato, é importante ler por completo. O cidadão pode consultar também em sites de reclamações na internet para verificar se há casos semelhantes ou relatos sobre o local onde você estuda pedir financiamento.
Ocorrências – Caso a pessoa seja vítima desse tipo de crime, a Delegacia do Consumidor informa que é preciso realizar três procedimentos para não tentar diminuir prejuízos e para que os criminosos não fiquem impunes. Registrar Boletim de Ocorrência, registrar reclamação no Procon-AM e acionar um advogado ou defensor público para mover uma ação judicial.
O que as vítimas devem fazer?
1º passo:- Registrar a ocorrência na delegacia mais próxima ou na sede da Delegacia do Consumidor, localizada na avenida Desembargador Filismino Soares, número 155, bairro Colônia Oliveira Machado. E ainda através da Delegacia virtual pelo https://delegaciavirtual.sinesp.gov.br/portal/.
2º passo: Formalizar denúncia no Instituto de Defesa do Consumidor (Procon-AM) para que o órgão autue e multe a empresa e a faça adotar posturas administrativas justas.
3º passo: Encontrar um advogado ou defensor público e demandar uma ação na Justiça Cível para recuperar o prejuízo financeiro.
FOTO: Pelegrine Neto/SSP-AM
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