O Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, quer alternativas econômicas para o Estado que promovam a produção de cacau e incentivem a agricultura familiar. O assunto foi discutido nesta terça-feira (12), pelo titular da Sedecti, Angelus Figueira, o secretário executivo de Gestão Estratégica da pasta, Valdenor Cardoso e o diretor da Comissão Executiva do Plano da Cacaueira (CEPLAC), Waldeck Araújo, além do diretor-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Juliano Valente, o diretor-administrativo do Ipaam, Luiz Andrade, dos representantes do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), Admilson Mota e Anecilene Buzaglo, e do deputado estadual Tony Medeiros (PL).
“O cacau é um dos produtos com maior potencial de geração de renda para as comunidades ribeirinhas e tradicionais do Amazonas. O governador do Amazonas entende que é possível termos uma produção sustentável e econômica para nossas populações. E isso pode dar-se por meio do cacau, como também com o café, a borracha, a castanha. São muitas as possibilidades. Temos tecnologia e inovação para isso”, avaliou Figueira.
Segundo o diretor da CEPLAC, apesar da expansão da cacauicultura para áreas não tradicionais do Brasil, o país necessita aumentar em 50% sua capacidade de produção que tem um déficit de 50 mil toneladas.
“Nossa reunião já era para ter acontecido há mais tempo, mas a pandemia atrapalhou muito o nosso programa de viagens. A ideia é tirar o máximo proveito desta estação experimental em acordo de cooperação com o governo do Amazonas, com o Idam e que a gente possa usar esta estação em prol do desenvolvimento da cacauicultura no Estado”, contou Araújo.
Na opinião do diretor-presidente do Ipaam, Juliano Valente, a proposta da CEPLAC enfatiza alternativas ambientais para a regeneração florestal que veem ao encontro da política do Instituto sobre reestruturação de áreas degradadas.
“O Ipaam sempre pesquisou junto a Embrapa, Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), Universidade Federal do Amazonas (Ufam), alternativas de regeneração de áreas degradadas. A proposta da CEPLAC vem a contento, porque é uma das alternativas de cultura para se usar em áreas degradadas que se dá por meio da plantação do cacau, do açaí, que eles ajudam a recuperar as áreas de acordo com uma metodologia própria. E isso para o Amazonas, para o órgão ambiental é importantíssimo. Essa proposta trazida agora pelo secretário Angelus Figueira, vem exatamente no sentido de você buscar as alternativas necessárias. E essa é uma delas. Então, o Estado abraça essa alternativa como sendo uma das possibilidades e saída para recuperação de áreas degradada”, defendeu Valente.
Cultura do cacau
De acordo com Idam, o cacau é originário da Região Amazônica e, desde o século XVII, vem sendo cultivado como um produto agrícola, racionalmente explorado com a implantação de áreas cultivadas, melhoramento genético e produção de mudas.
Em meados do século XVIII, o cacau foi levado para o sul da Bahia, onde a cultura se expandiu, sendo hoje a principal região produtora, com 62% da produção nacional, seguida pelos estados da Região Norte, com 34%, e os outros estados com os 4% restantes.
O Amazonas produz cerca de duas mil toneladas de cacau. O Pará é o maior produtor nacional, seguido pela Bahia.
CEPLAC
A Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC) é um órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, atua em seis estados do Brasil: Bahia, Espírito Santo, Pará, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso.
A instituição completou este ano, 65 anos de pesquisa e tecnologia para o cacau brasileiro.
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