“Lembro que no começo achava que era sucuri pelo tamanho e força. Somente fui saber que tinha pirarucu no rio Grande quando peguei um filhote pesando 33 quilos”⁠

Foi susto, a reação de Maria José Melo da Conceição, de 59 anos, ao fisgar pela primeira vez o maior peixe de água doce com escamas da Amazônia no rio Grande, em São Paulo.⁠

Com comprimento maior que uma pessoa adulta, o pirarucu – Arapaima gigas -, é uma espécie típica da Bacia Amazônica, mas cada vez mais vem sendo capturado no trecho do rio entre a Usina Hidrelétrica de Marimbondo e a Usina Hidrelétrica de Água Vermelha, na divisa entre São Paulo e Minas Gerais.⁠

Conhecido por ser um dos maiores peixes de água doce do mundo, popularmente conhecido como “bacalhau do Norte”, ele pode ultrapassar os 3 metros de comprimento e pesar até 220 quilos. No interior de São Paulo, exemplares de até 150 quilos já foram pescados.⁠

“Mesmo sendo um peixe da Bacia Amazônica, o pirarucu se adaptou bem a Bacia Paraná, consequentemente a cada ano que passa estão sendo mais comuns de serem pescados. Inclusive, temos relatos de pescadores que já estão encontrando exemplares pesando até 150 quilos”, disse Emerson Mioransi, capitão da Polícia Ambiental da região de São José do Rio Preto.⁠

A introdução de uma espécie não nativa que se alimenta de outros animais aquáticos é a grande preocupação dos pesquisadores que estudam os impactos da reprodução do pirarucu no rio Grande.⁠

“Estamos falando de uma espécie predadora de topo de cadeia alimentar, e um animal de grande porte, que consome outras espécies de peixes de menor porte”, apontou Igor Paiva Ramos, pesquisador da Unesp de Ilha Solteira.⁠

Fonte: BBC