Como qualquer composto químico, os efeitos de um remédio podem ser influenciados ao ser administrado junto a determinadas substâncias

No Brasil, uma das perguntas mais comuns em consultas médicas, após receber a receita para tratamento com medicamentos, é: ‘posso beber’? A dúvida não é à toa, já que determinados tipos de líquidos e alimentos podem afetar a eficácia dos remédios ou até mesmo causar sintomas indevidos quando ingeridos ao mesmo tempo.

“É necessário evitar alguns alimentos ao tomar certos medicamentos, devido às possíveis interações entre os componentes desses alimentos e os ingredientes ativos dos remédios. Essas interações podem afetar a absorção, metabolismo e até mesmo a eficácia dos medicamentos, além de potencialmente causar efeitos colaterais indesejados”, explica o supervisor farmacêutico da rede FarmaBem, Arthur Emídio.

Já sobre o álcool, há uma série de contra indicações durante tratamentos medicamentosos, sob risco de apresentar desde sintomas moderados até danos graves e óbito. Uma das misturas mais perigosas é o álcool com antibióticos, o que pode levar a vômitos, palpitações, cefaleia, dificuldade respiratória e morte. O álcool também é contraindicado para quem está em tratamento com antidepressivos, anti-inflamatórios, analgésicos e antialérgicos, dentre outras classes de medicamentos.

Antibióticos

Determinados alimentos devem ser evitados sempre considerando o tipo de medicamento que se está tomando, ou seja, a qual classe pertence. Os antibióticos, por exemplo, capazes de combater infecções, não combinam com produtos lácteos, pois o cálcio presente nesses alimentos pode se ligar às substâncias do remédio e prejudicar a absorção do tratamento.

A nutricionista da Santo Remédio, Deuzilene Casado, diz que outra orientação é evitar o consumo de açúcar e glúten. “O açúcar é uma fonte de alimento para muitas bactérias, por isso é um dos principais alimentos a evitar durante o tratamento com antibióticos. Além disso, o açúcar inibe a capacidade de nossos glóbulos brancos de combater bactérias”, esclarece a profissional.

Anti-inflamatórios

Como o nome sugere, anti-inflamatórios são medicamentos utilizados para reduzir inflamações no corpo. A correta administração do fármaco causa o alívio de sintomas como dor, inchaço e febre. O medicamento funciona bloqueando substâncias no corpo que causam inflamação, como as prostaglandinas (sinais químicos celulares).

“Além de evitar consumir álcool, já que pode aumentar o risco de sangramentos gastrointestinais e danos hepáticos, é importante também evitar cafeína, pois crescem as chances de ela aumentar a pressão arterial, caso combinada com anti-inflamatórios”, orienta o farmacêutico Arthur Emídio.

Analgésicos

Já os analgésicos, medicamentos usados para aliviar ou reduzir dores, também não devem ser administrados ao mesmo tempo que alguns tipos de alimentos. “Além do álcool, já mencionado, é importante evitar o consumo de alimentos com muita vitamina K, como couve, espinafre e brócolis, porque interferem na eficácia do tratamento. Já alimentos gordurosos e fritos podem irritar o estômago, especialmente ao tomar anti-inflamatórios não esteroides (AINES), um tipo de analgésico”, explica Emídio.

Antialérgicos

Antialérgicos são medicamentos usados para prevenir ou aliviar os sintomas de reações alérgicas, como coceira, espirros, coriza e erupções cutâneas. Eles funcionam bloqueando a ação da histamina, uma substância liberada pelo corpo em resposta a alérgenos, que é a principal responsável pelos sintomas alérgicos.

Além da contraindicação do álcool, que pode aumentar a sensação de sonolência causada pelo antialérgico, é também indicado evitar o consumo de frutas cítricas, especialmente a laranja e a toranja. “Sucos de frutas cítricas, como laranja e toranja, podem interferir no metabolismo de alguns antialérgicos, aumentando ou diminuindo sua eficácia”, alerta a nutricionista da Santo Remédio.

A cafeína, presente em café, chá e chocolate, é outra substância que pode aumentar a agitação e a ansiedade, exacerbando os efeitos estimulantes de alguns antialérgicos. Também pode interferir no sono, o que é problemático se o medicamento já causa insônia.

 

 

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Fonte: Repercussão/Comunicação e marketing