Ativistas e membros das pastorais e de diversos grupos populares aderiram à passeata pedindo ações urgentes na saúde pública no Amazonas
A 30ª edição do “Grito dos Excluídos e Excluídas”, organizada pela Arquidiocese de Manaus, foi às ruas do Centro de Manaus nesta quinta-feira (05/09), feriado estadual, reunindo centenas de manifestantes das pastorais sociais da Igreja Católica e de diversos grupos populares para lutar em prol de melhorias efetivas para a saúde pública do estado. Dentre eles, participou a candidata a vereadora de Manaus e secretária Nacional de Mulheres do PT Anne Moura (13.123).
Com o tema “Vida em primeiro lugar” e o lema “Todas as formas de vida importam, mas quem se importa?”, o movimento reivindica ações urgentes para a saúde da população. “Há uma precariedade na saúde pública do Amazonas. Temos membros no Conselho Estadual de Saúde e há informações de que a situação está muito ruim. As metas propostas não condizem com a triste realidade de quem precisa acessar a saúde”, explicou o padre Sandoval Rocha, do Fórum das Águas.
O “Grito dos Excluídos e Excluídas” reuniu grupos cristãos e evangélicos e cerca de 15 pastorais da Igreja Católica, dentre elas a Pastoral da Terra, da Criança, do Idoso, a Pastoral Operária, dos Migrantes, do Povo da Rua, a Carcerária, Juventude, da Mulher, dentre outras.
“O ‘Grito dos Excluídos’ é um movimento muito importante, sair às ruas junto às pastorais e organizações, dar visibilidade para esse tema é fundamental. Eu tenho percorrido as ruas da cidade e nas reuniões ouvido as reclamações da população. A saúde continua sendo a principal demanda. Passamos por uma pandemia da Covid-19 com mais de 14 mil mortos, deveríamos ter outro olhar, mas não mudou nada”, ponderou Anne Moura.
Filas intermináveis no Sistema de Regulação (Sisreg) para consultas e exames, a saúde básica nas UBS com funcionamento limitado e desvalorização dos profissionais de saúde fazem parte da realidade. “Muitas mulheres me procuram para denunciar o descaso, você vê reportagem de mães que tiveram seus filhos na entrada da maternidade. É uma crueldade sem tamanho. Quando você não tem saúde, você não consegue fazer absolutamente nada. Só quem já passou por isso sabe o impacto”, reforçou Anne Moura.
Um dos organizadores do “Grito dos Excluídos e Excluídas”, o bispo auxiliar de Manaus Dom Hudson Ribeiro afirmou que houve pouco avanço na garantia dos direitos à saúde da população do Amazonas. “A gente comemora 30 anos de luta do Grito dos Excluídos, mas ao mesmo tempo não deveria mais existir o ‘Grito’ se de fato os direitos fossem respeitados”, refletiu.
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