Não se trata de um caso isolado ou da ação de um “lobo solitário”, como querem os comentaristas cínicos da grande mídia.
O que houve ontem, 13, em Brasília, foi uma fragmentação do 8 de janeiro.
Ninguém acorda numa quarta-feira cinza e diz: vou ali soltar uma bomba na suprema corte. Mesmo sendo o maior dos insanos, não teria guardado no seu subconsciente a imagem do inimigo comunista se não tivesse um gatilho que o despertasse.
Esse gatilho foi o 8 de janeiro e sua repercussão amparada na bancada bolsonarista do Congresso Nacional, que busca anistiar os malfeitores. Se terá anistia, posso tentar novos crimes contra a democracia, pensa a turba fascista.
Foi um ato terrorista sim, pois existe uma organização por trás, entrincheirada na câmara federal, no senado, no agronegócio e em vários segmentos políticos e financeiros.
A Procuradoria Geral da República precisa mais firmeza e agilidade na denúncia contra o principal responsável pela eclosão desses atos terroristas no Brasil. Enquanto Jair Bolsonaro estiver solto, um espírito de impunidade vai tomar conta da sua horda antidemocrática.
A Câmara e o Senado, através dos seus presidentes, precisam arquivar o Projeto de Lei da bancada bolsonarista que anistia os terroristas do 8 de janeiro. A tramitação desse monstrengo é um estímulo para atos como o de ontem em Brasília.
Atentado com bombas é um crime muito grave. Ou a PGR e o Congresso Nacional cumprem sua missão de defesa do estado de direito ou estarão sendo cúmplices do terrorismo contra as instituições democráticas.
Lúcio Carril – Sociólogo
FOTO: FABIO RODRIGUES-POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL
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