Por Senador Eduardo Braga
Enquanto as águas dos nossos rios desaparecem pelo segundo ano consecutivo e enchentes violentas espalham tragédias no sul do Brasil, torna-se impossível ignorar a urgência da crise climática que ameaça não só a Amazônia, mas o equilíbrio de todo o planeta. A cada manchete, somos lembrados do caos e da desesperança que atravessamos. Não há mais espaço para polarização; o tempo de disputas mesquinhas já se esgotou. O que está em jogo é a sobrevivência de nossa casa comum — a Amazônia, o Brasil, a Terra.
Nossa resposta a essa emergência precisa ser tão abrangente quanto a gravidade do problema. Precisamos aprender a conversar, a construir pontes de diálogo e, acima de tudo, adubar as ideias e os sentimentos que nos unem. Esse ensaio é um convite a todos que compartilham essa responsabilidade e, especialmente, àqueles que têm o poder de conduzir uma agenda climática que traga soluções reais e duradouras.
O Brasil precisa de um compromisso que seja tão claro quanto ambicioso. Abaixo, compartilho algumas das principais ações que considero fundamentais para enfrentarmos essa crise:
1. Transição Energética: Acelerar a mudança para fontes de energia renovável, como solar e eólica, reduzindo gradualmente nossa dependência de combustíveis fósseis.
2. Desmatamento Zero: Estabelecer políticas rigorosas para erradicar o desmatamento ilegal e a degradação florestal, com especial atenção à Amazônia.
3. Eficiência Energética: Promover práticas de eficiência energética em todos os setores — industrial, residencial e de transportes — garantindo um uso mais racional e sustentável dos recursos.
4. Mobilidade Sustentável: Incentivar a transição para veículos elétricos e híbridos, além de investir em infraestrutura para um transporte público eficiente e sustentável.
5. Agricultura Sustentável: Fomentar práticas agrícolas que respeitem o equilíbrio do ecossistema, como agrofloresta e permacultura, criando um modelo que alie produção e preservação.
6. Reciclagem e Redução de Resíduos: Implementar programas de reciclagem e compostagem abrangentes e fomentar a redução de resíduos e sua destinação para aterros e lixões.
7. Educação e Conscientização: Inserir a educação ambiental como parte fundamental do currículo escolar, formando uma geração consciente e engajada.
8. Políticas Públicas Integradas: Desenvolver políticas que transcendam barreiras ministeriais e governamentais, criando uma atuação unificada e coerente frente à crise climática.
9. Participação da Sociedade: Mobilizar a sociedade civil, ONGs, comunidades locais e o setor privado, incentivando o diálogo e a colaboração.
10. Financiamento Sustentável: Atrair e canalizar investimentos para projetos que impulsionem a sustentabilidade e preservem os recursos naturais.
Cada uma dessas ações exige coordenação e compromisso governamental, mas também a participação ativa da sociedade e investimentos significativos. A Amazônia e seu povo não podem mais esperar. A emergência climática não será superada com palavras e promessas. Precisamos de uma mobilização ativa e determinada.
Esse é o momento de nos unirmos, de deixarmos de lado as diferenças e trabalharmos juntos em favor de um futuro sustentável. Nossa tarefa imediata é a Reforma Tributária, um dever e compromisso de toda a vida com o Amazonas e a nossa Amazônia, sua indústria, Comércio e Serviços e a Agricultura, preferencialmente familiar, mantendo a floresta em pé, que nos ajuda a contribuir robustamente com a emergência climática. Que este apelo à mobilização seja um ponto de partida para que cada um de nós reflita e tome parte na construção de uma Amazônia forte, preservada e sustentável, nosso melhor serviço ao ambiente e ao clima.
FOTO: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
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