O evento tem entrada gratuita e traz diversas apresentações musicais, entre elas, a DJ paraense Jamilão Perturbação
Em uma cidade onde a presença negra é, muitas vezes, negada e a indígena é invisibilizada, o Festival Afro-ameríndio surge como uma reafirmação da importância da ancestralidade dos povos originários e dos descendentes de escravizados. Este ano, o evento tem como proposta “Do Norte para o Norte”, buscando dar visibilidade às manifestações culturais dos povos tradicionais do Amazonas.
A 3ª edição do Festival, que é organizado pelo Coletivo Ponta de Lança, acontece neste sábado (14), a partir das 17h, no Espaço Cultural Sereia Mística, com acesso gratuito. O evento, que neste ano traz como atração principal a DJ Jamilão Perturbação, artista paraense que vem integrar a programação cultural, conta ainda com os DJs Marcos Tubarão, Ramon Oliveira, JOTA P, LF e Balaclavu.
Para a co-fundadora do Coletivo Ponta de Lança, Raquel Cardoso, o Festival Afro-ameríndio traz um olhar atento à preservação de saberes ancestrais, além de promover o acesso à cultura e o combate à intolerância religiosa e ao racismo, convidando o público a refletir sobre as raízes profundas da população amazônica.
“O Festival Afro-ameríndio é integralmente idealizado e gerido por jovens mulheres negras de bairros periféricos de Manaus que integram o Coletivo Ponta de Lança. E, para a gente, é uma satisfação muito grande poder realizar esta edição do projeto, que seguirá possibilitando experiências de reconexão à uma ancestralidade negra e indígena amazônica a partir da cultura”, explica Raquel Cardoso, co-fundadora do Coletivo Ponta de Lança.
Outras edições
A 1ª edição do evento aconteceu em 2021, no Terreiro de Umbanda Nossa Senhora da Conceição, no bairro Zumbi dos Palmares, Zona Leste de Manaus. Sob a benção de Mãe Nonata (In Memória) e o acolhimento de Mãe Maria de Jacaúna, o evento vem se consolidando como uma expressão potente de resistência cultural e espiritual, onde o público tem a oportunidade de vivenciar a diversidade de manifestações afro-ameríndias.
A 2ª edição do Festival aconteceu em 2022, no Largo São Sebastião e Centro Histórico de Manaus.
Vale ressaltar que o Festival Afro-ameríndio promove, ainda, a valorização de traços fenotípicos, idiomas, crenças, espiritualidades e saberes que, muitas vezes, foram subalternizados, o que o torna um instrumento de empoderamento, articulação e visibilidade, promovendo um resgate vital da memória coletiva de uma cidade marcada por sua diversidade.
Programação
A 3ª Edição do Festival Afro-ameríndio contará com uma série de DJs, produtores e artistas locais. Entre as atrações confirmadas, estão:
• 19h: DJ Marcos Tubarão
Marcos Tubarão, paranaense radicado em Manaus, é um dos pioneiros do movimento Hip Hop na cidade. Ativista cultural e produtor musical com mais de 30 anos de trajetória, ele promete agitar o público com sets enérgicos e cheios de história.
• 20h: DJ Ramon Oliveira
Com seu trabalho voltado para o resgate dos bailes de vinil, Ramon Oliveira é um dos principais nomes da cena manauara de música black, soul, rap e regionalismos. Suas apresentações são uma verdadeira viagem pelo passado e pela modernidade.
• 21h: DJ JOTA P
Nascido no Pará, JOTAP traz consigo um vasto repertório musical e um projeto de curadoria que mistura downtempo com altas energias, sem esquecer do tecnobrega, que é a sua principal linha de pesquisa musical.
• 22h: DJ LF
Fundador do coletivo Bruxos do Norte, LF promete um set vibrante e experimental, mesclando rap, trap, grime e brasilidades com muita pegada e inovação.
• 23h: DJ Balaclavu
Bruxona multimídia e produtora de conteúdo, Balaclavu é uma das vozes contemporâneas mais inovadoras da cena eletrônica amazônica. Sua performance promete desafiar as normas e criar experiências imersivas.
• 00h: Atração Principal — DJ Jamilão Perturbação
Diretamente do interior do Pará, DJ Jamilão Perturbação traz uma mistura explosiva de tecnobrega, carimbó, rock doido, funk e música eletrônica. Sua performance será a grande atração da noite, envolvendo os presentes em uma sequência sonora envolvente que só o Caribe Amazônico poderia oferecer.
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