É recorrente nossa indignação e frustração diante das vitórias econômicas, políticas e ideológicas por parte daqueles que defendem e lutam a favor de causas e projetos que geram violência, exclusão, humilhação, discriminação e barbárie. Geralmente, quanto mais perversa, mesquinha, truculenta e intolerante for o propósito de alguem, mas ela usa de toda sua forca, recursos , contatos e disposição no intuito de difundir, convencer e concretizar suas convicções e objetivos.

Há um revelador e provocativo fato constatado em uma parábola atribuida a Jesus nos Evangelhos que afirma :”Porquanto os filhos deste mundo são mais sagazes entre si, na conquista dos seus interesses, do que os filhos da luz em meio à sua própria geração.” O pano de fundo de tal assertiva se relacionar a atitude de um empregado que, ao perceber que será demitido, entra em contato com os inadimplentes que não resolvem seus débitos com seu patrão, e para isso, após procurar um a um, faz uso de sua inteligência e expertise em negociação criando argumentos persuasivos e condições favoraveis para conseguir receber os respectivos pagamentos.

Observando a escalada de lideranças, governos, partidos, empresários, influences e movimentos contra os direitos humanos, a diversidade cultural e sexual,, a lei Maria da Penha, a garantia constitucional ao aborto, os movimentos dos sem terra e teto, o bolsa família, a transexualidade, o fim da jornada 6×1, a tributação de igrejas, os imigrantes, a regulação das redes sociais, os acordos para o clima, os direitos trabalhistas, as cotas, a legalização da maconha, consegue-se notar que eles se apoiam, criam redes de comunicação e atuação, realizam grandes manifestações públicas, investem dinheiro massivo, buscam conquistar adeptos e não poupam qualquer esforço para suas bandeiras, ideias e causas chegarem à vitória. Enquanto isso, os que se opõem à homofobia, miséria, armas, segregação, xenofobia, acumulação, misoginia, discriminação, linchamento, abuso de autoridade, feminicídio e toda forma de desumanismo, tendem à desunião, paralisia e derrotismo. Assim, reflexão sem ação produz auto-aniquilação.

*Texto de responsabilidade do autor

 

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