Polêmica sobre nome da castanha reacende debate cultural e destaca projeto de lei que tramita na Aleam

Proposta do deputado Sinésio Campos busca oficializar a denominação “castanha-da-Amazônia” e valorizar a produção regional.

A discussão sobre a nomenclatura da castanha nativa da Amazônia ganhou força nas redes sociais após declarações de ex-participantes do Big Brother Brasil. A controvérsia envolve termos como “castanha-do-Pará”, “castanha-da-Amazônia” e “castanha-do-Brasil”, utilizados para se referir ao mesmo fruto.

O debate começou quando o ator manauara Adanilo, ao participar do programa É de Casa, da TV Globo, usou o termo “castanha-da-Amazônia” enquanto preparava uma receita. A ex-BBB paraense Alane Dias rebateu, defendendo o nome “castanha-do-Pará” e afirmando: “É simples: P – A – R – Á.” O comentário gerou reações na internet, com internautas apontando que todas as denominações refletem aspectos históricos e regionais.

Historicamente, o nome “castanha-do-Pará” surgiu no século XIX, quando Belém era o principal ponto de exportação do fruto. No entanto, a castanheira (Bertholletia excelsa) é nativa de toda a Amazônia, e estados como Amazonas e Acre também são grandes produtores. Em 2022, o Amazonas liderou a produção com 14.303 toneladas, seguido pelo Acre (9.145 toneladas) e Pará (8.807 toneladas), segundo dados do IBGE.

Projeto de Lei na Aleam

Antes da polêmica, em dezembro de 2024, o deputado Sinésio Campos (PT) apresentou um Projeto de Lei na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) propondo a adoção do termo “castanha-da-Amazônia” para identificar frutos, produtos e derivados da castanheira com origem comprovada na Amazônia Legal.

Objetivos e detalhes da proposta:

Uso oficial do termo: Aplicado em exportação, marketing e programas culturais, sociais e econômicos.

Requisitos técnicos: Comprovação de origem, rastreabilidade e conformidade com normas sanitárias.
Sustentabilidade: Incentivo a práticas de extração sustentável, promovendo biodiversidade e desenvolvimento econômico na região.

Regulamentação: Ficará sob responsabilidade da SEDECTI (Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação).
O projeto busca fortalecer a cadeia produtiva da castanha na Amazônia, promover seu reconhecimento internacional e gerar renda para comunidades extrativistas. Para Sinésio Campos, a valorização do produto é essencial tanto para a conservação da floresta quanto para o desenvolvimento sustentável.

A polêmica reforça a importância da castanha como símbolo cultural e econômico da Amazônia. O projeto de lei pretende alinhar o nome do fruto à sua origem geográfica, garantindo que a identidade amazônica seja reconhecida e fortalecida.

Veja a proposta:

Fonte: Amazonas Notícias