Um país que cresce baseado em um mercado de trabalho flexível, onde as pessoas tenham liberdade para conciliar atividade profissional e estudo. Onde haja espaço para alinhar compromissos e convivência social. Uma nação que entende e promove o empreendedorismo e cria condições para uma indústria forte e diversa. Esse “combo” define o modelo de crescimento econômico que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quinta, 20 de fevereiro, em entrevista à Rádio Tupi FM do Rio de Janeiro.
Teremos três políticas de crédito para favorecer o pequeno e médio empreendedor. Será a maior política de crédito já feita nesse país. Queremos que esse país cresça. O dinheiro tem que circular na mão do povo trabalhador, do povo mais humilde, da classe média e do pequeno empreendedor.
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
Lula antecipou que o Governo Federal vai anunciar nos próximos dias um amplo programa de crédito com foco no empreendedorismo. “Teremos três políticas de crédito para favorecer o pequeno e médio empreendedor. Será a maior política de crédito já feita nesse país. Queremos que esse país cresça. O dinheiro tem que circular na mão do povo trabalhador, do povo mais humilde, da classe média e do pequeno empreendedor. O dinheiro circulando gera crescimento, desenvolvimento, emprego, salário”, listou.
Para o presidente, essa perspectiva vai permitir com que o empreendedorismo cresça ainda mais e com sustentabilidade. “É isso que queremos. Quem quiser ser empreendedor vai ser. Quem quiser trabalhar no Uber vai. Quem quiser trabalhar vai ter emprego”.
MAIS LIBERDADE – Para o presidente, um ponto a ser levado em conta nas relações profissionais atuais é a flexibilidade nas cargas horárias e a importância que as pessoas dão à qualidade de vida e ao tempo livre para estudar, cuidar da família, dos amigos e da saúde física e mental. “Por que um menino de 17, 18 anos que está trabalhando em uma bicicleta ganhando 700, 800 reais por mês vai se submeter a trabalhar das 7h às 17h dentro de uma fábrica, de uma loja, para ganhar 1.600 reais?”, questionou Lula.
“Ele prefere ter liberdade. Quer uma boa jornada de trabalho. Às vezes quer trabalhar só de manhã. Só à tarde. E precisamos garantir que esses jovens tenham compatibilidade entre trabalho e estudo. Entre trabalho e convivência familiar. Na primeira metade do século XXI, o povo não quer mais ficar trancado. E é isso que a gente tem que garantir”, continuou.
É nesse contexto, segundo o presidente, que alguns setores precisam estar atentos ao criar novas vagas. “Esses dias eu estava conversando com empresários de São Paulo. Eles diziam que tinham 30 mil vagas de emprego e não aparecia ninguém para trabalhar. É o seguinte: tem que melhorar um pouco o salário”, sugeriu Lula.
SALÁRIO MAIOR – O Brasil fechou 2024 com a menor taxa de desemprego (6,1%) da série histórica da PNAD Contínua desde 2012. Encerrou 2024 com recorde no estoque de empregos formais no país, com 103,9 milhões de pessoas trabalhando com carteira assinada e 3,7 milhões de novos postos formais criados desde janeiro de 2023.
NOVA INDÚSTRIA BRASIL – Durante a entrevista, Lula destacou ainda os avanços a partir do lançamento da Nova Indústria Brasil, que incentiva investimentos públicos e privados na reindustralização e modernização do setor. “Há muito tempo a indústria do Brasil não crescia. Ela cresceu 3,4% e vai continuar crescendo”, disse o presidente.
INVESTIMENTOS – No total, a indústria brasileira já conta com R$ 3,4 trilhões em investimentos públicos e privados previstos para este e os próximos anos. O investimento público é de R$ 1,1 trilhão, incluindo recursos do Plano Mais Produção, braço financeiro da Nova Indústria Brasil, e de programas como o Novo PAC e o Plano de Transformação Ecológica. Já o setor produtivo anunciou R$ 2,24 trilhões no fortalecimento da produção nacional. “Esse país vai se transformar num país altamente desenvolvido. É possível fazer mais. É preciso colocar o Brasil no rol dos países ricos”, ressaltou Lula.
DEFESA – No dia 12 de fevereiro, para marcar um ano da Nova Indústria Brasil, o presidente acompanhou o lançamento das metas da Missão 6, focada em tecnologias estratégicas para a soberania e defesa, que conta com investimentos públicos e privados de R$ 112,9 bilhões para ampliar o domínio brasileiro em áreas como radares, satélites e foguetes.
Fonte: gov.br
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