Em entrevista à Rádio Tupi FM, do Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira, 20 de fevereiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que o Programa Pé-de-Meia se consolidou como uma política pública essencial para combater a evasão escolar e ampliar o leque de oportunidades para adolescentes de baixa renda.

O Pé-de-Meia é uma revolução, porque descobrimos que meio milhão de jovens desistiam do ensino médio para ajudar no orçamento familiar. Então resolvemos criar uma poupança para esse jovem”

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República

Durante o bate-papo, Lula ressaltou que o programa não apenas incentiva a permanência na escola, mas ajuda a construir um futuro com mais dignidade e autonomia. “O Pé-de-Meia é uma revolução, porque descobrimos que meio milhão de jovens desistiam do ensino médio para ajudar no orçamento familiar. Eu ficava imaginando como é que um presidente poderia permitir que meio milhão de jovens desistissem da escola para ajudar a família. Então resolvemos criar uma poupança para esse jovem”, explicou.

O programa é voltado a estudantes matriculados no ensino médio público beneficiários do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). Funciona como uma poupança para promover a permanência, a conclusão escolar e a participação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que abre portas para o ensino superior.

Ao comprovar matrícula e frequência, o estudante recebe o incentivo mensal de R$ 200, que pode ser sacado a qualquer momento. O beneficiário ainda recebe R$ 1.000 ao fim de cada ano concluído, que só pode ser retirado após a formatura no ensino médio. Considerando parcelas de incentivo, depósitos anuais e o adicional de R$ 200 pela participação no Enem, os valores chegam a R$ 9.200 por aluno.

“São quase quatro milhões de alunos no programa, e no Rio de Janeiro são 276 mil alunos recebendo. Isso é um compromisso que temos. Se a gente não investir no jovem quando ele precisa, depois a gente vai investir para combater o crime organizado, para construir cadeia. Eu prefiro investir em sala de aula”, pontuou Lula.

CELULAR NAS ESCOLAS —  Em outro trecho da entrevista, o presidente citou a restrição do uso de celulares e aparelhos eletrônicos portáteis durante a aula, o recreio ou o intervalo, para todas as etapas da educação básica. Na última quarta-feira (19), foi publicado no Diário Oficial da União o decreto presidencial que regulamenta a lei.  “As crianças não precisam virar algoritmos. As crianças têm que virar humanistas. Gente com coração, que pensa, que tem espírito fraternal e que volta a brincar, a conversar com os amigos. É esse país que quero construir”, afirmou Lula, ao frisar que a medida permite com que alunos foquem mais no aprendizado e na interação social.

INVESTIMENTO — De acordo com o presidente, a educação é a base do desenvolvimento para o país ser competitivo. Ele lembrou que um total de 100 institutos federais estão sendo construídos em todo o país, cinco deles no Rio de Janeiro, o que vai levar o estado a 35. “A gente não pode ser apenas exportador de soja, de minério de ferro, de milho ou de arroz. A gente tem que ser exportador de conhecimento, de inteligência”, resumiu Lula.

GÊNIOS EM CASA – Ele citou ainda a criação da Faculdade de Matemática, no Rio de Janeiro, com bolsas para os melhores estudantes das Olimpíadas de Matemática do país. Lembrou da criação da Escola em Tempo Integral, que prevê 1 milhão de vagas em todo o país, e o Pé-de-Meia Licenciaturas, incentivo financeiro para estudantes com alto desempenho no Enem a escolherem cursos que formam professores. “A gente quer que os nossos gênios fiquem no Brasil e não precisem ir para o exterior estudar”, disse.

CUIDADO — Durante a entrevista, o presidente também pontuou a prioridade federal em torno do tema da Saúde, argumentando que é preciso cuidar das pessoas com seriedade. Reforçou a retomada de serviços e obras entregues em instituições federais de saúde no Rio de Janeiro, que voltaram a oferecer atendimento de referência, como o caso recente da Emergência do Hospital Federal de Bonsucesso, que estava há cinco anos fechada. “É assim que a gente está investindo. Não é possível que o Governo Federal tivesse hospitais há cinco anos parados e sem UTIs. Era uma irresponsabilidade total”.

FARMÁCIA POPULAR – Lula falou ainda sobre decisão recente de oferecer gratuitamente, pelo Farmácia Popular, todos os 41 medicamentos listados no programa. Com isso, as fraldas geriátricas passaram a ser fornecidas de graça ao público elegível, como pessoas com 60 anos ou mais. A Dapagliflozina, usada no tratamento da diabetes associada à doença cardiovascular, também passou a ser ofertada sem custos. Segundo estimativa do Ministério da Saúde, a medida vai beneficiar diretamente mais de 1 milhão de pessoas por ano, principalmente idosos, que antes pagavam coparticipação em alguns insumos.  “É assim que a gente vai cuidar desse país. Com maior seriedade, sem mentira, tentando provar para o povo que as coisas podem acontecer. E assim vai continuar. Economia crescendo, educação recebendo investimento, saúde recebendo investimento, obra, porto, aeroporto recebendo investimento”, listou.

 Fonte: gov.br