O ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, participou do programa “Bom Dia, Ministro” desta quinta-feira, 20 de fevereiro, e, ao longo da entrevista com radialistas de todo o país, detalhou o programa Desenrola Rural, que permitirá o refinanciamento de dívidas com descontos de até 96% para agricultores familiares, a partir da próxima segunda-feira, 24 de fevereiro. A iniciativa também vai facilitar o acesso ao crédito rural.
“O objetivo é aumentar a produção de alimentos no Brasil. E, para isso, nós queremos que todos os agricultores possam participar desse momento importante, do propósito de alimentar o povo brasileiro e tirar o Brasil do Mapa da Fome”
Paulo Teixeira
Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar
O Brasil tem um total de 5,43 milhões de agricultores familiares e, destes, 1,35 milhão de agricultores (33% do total) têm alguma pendência financeira. A medida de renegociação vale para dívidas no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e outras, como cartões e empréstimos nas instituições financeiras, do Crédito de Instalação e dívidas já inscritas na Dívida Ativa da União (DAU), como impostos e outros débitos federais, todas com inadimplência superior a 1 ano.
“O objetivo é aumentar a produção de alimentos no Brasil. E, para isso, nós queremos que todos os agricultores possam participar desse momento importante, do propósito de alimentar o povo brasileiro e tirar o Brasil do Mapa da Fome. Nós, quando chegamos, tínhamos 1 milhão e 400 mil agricultores que tomam o Pronaf. Nós já chegamos a 2 milhões. Então, são 600 mil contratos a mais. E, agora, queremos que aquele 1 milhão e 300 mil agricultores que tenham pendência no banco possam renegociar e possam tomar o financiamento agrícola para aumentar a produção de alimentos”, sintetizou Paulo Teixeira.
SAFRA RECORDE — O ministro também abordou a estimativa de que os produtores e produtoras brasileiros vão colher 325,7 milhões de toneladas de grãos na safra 2024/25, um aumento de 9,4% em relação à temporada anterior. A estimativa é um reflexo tanto de um incremento de 2,1% na área cultivada, estimada em 81,6 milhões de hectares, como na recuperação de 7,1% na produtividade média das lavouras, prevista para 3.990 quilos por hectare. Caso esse cenário se confirme no final do ciclo, este será o maior volume a ser colhido na série histórica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
“Vamos ter uma safra recorde. Por isso que o problema do alimento não está no campo. A safra será recorde, nós vamos ter uma situação climática melhor do que a situação do ano passado. A agricultura familiar é responsável por aquele alimento in natura que vai na mesa do povo. Todo alimento in natura que vai na mesa do povo, legumes, verduras, frutas, vêm da agricultura familiar, grande parte do arroz e do feijão também. Os grãos e proteínas são mais produzidos pelo grande. O que é in natura é mais da agricultura familiar e do médio produtor. Por isso, estamos esperando agora, nessa safra recorde, que ela possa incidir sobre carne, porque, quando você tem uma produção de milho e soja grande, isso vai dar em farelo de milho e de soja, vai dar em ração, vai dar em proteína. Então, que nós possamos diminuir o preço da carne e dos ovos”, pontuou.
PREÇO DOS ALIMENTOS — O ministro também afirmou que já pode ser percebida pela população a queda nos preços dos alimentos nos mercados. “Minha equipe foi ao supermercado e encontrou arroz a R$21, 5 kg de arroz, que já esteve a R$30. Encontraram também um óleo de soja por R$6,00 e um flocão a menos de R$1,00. Então, os alimentos já começaram a baixar. Por que eles subiram? Principalmente por causa do dólar, que estava a R$5,70 e passou a R$6,30. Todos os alimentos que estão ancorados no dólar, porque são exportáveis, subiram junto”, relatou.
“Foi um núcleo de cinco alimentos. Quais foram os cinco alimentos que subiram fortemente? Carnes e ovos, açúcar, café, laranja e derivados de soja. Não tivemos inflação nos alimentos in natura. E esses alimentos que estão ancorados no dólar, na medida que o dólar baixou, eles estão baixando”, complementou. “Já é o momento do povo vivenciar preços bem melhores”, assegurou.
AGROECOLOGIA — Outro tópico comentado pelo ministro foram as medidas federais de apoio a pequenos agricultores indígenas, quilombolas e mulheres chefes de propriedades rurais. “Aumentou a tomada de financiamento fortemente para a agroecologia. Junto com o BNDES, fizemos um programa de financiamento da agroecologia no Brasil. As cooperativas que trabalham com a agroecologia agora têm um edital para o BNDES emprestando dinheiro a um custo muito barato para a agroecologia. E soltamos um plano que é o Planapo, o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica”, disse.
“No Dia Internacional das Mulheres, o presidente Lula vai lançar o Pronara, que é o Plano Nacional de Redução de Agrotóxicos, uma estratégia de substituição de agrotóxicos por bioinsumos. A cada bioinsumo, que é correspondente a um agrotóxico, vamos proibir aquele agrotóxico para adotar bioinsumo, parte dessa revolução de uma agricultura de base química para uma agricultura de base biológica”, antecipou.
QUEM PARTICIPOU — Participaram do programa “Bom Dia, Ministro” desta quinta-feira a Rádio Nacional Brasília, Amazônia e Alto Solimões (EBC), Rádio Sociedade (Salvador/BA), Rádio Bandeirantes (Goiânia/GO), Rádio CBN Caruaru (Caruaru/PE), Rádio Central de Notícias das Rádios Comunitárias de São Paulo, Rádio Jangadeiro BandNews FM (Fortaleza/CE) e Rádio Cultura (Belém/PA).
Fonte: gov.br
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