Quase 57 milhões de pessoas já foram beneficiadas pelo Fundo Socioambiental do banco, que plantou 7milhões de árvores e preservou quase duas mil nascentes

No ano em que o Brasil sedia a 30ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas – COP30, uma importante iniciativa da CAIXA voltada para essa temática completa 15 anos de uma trajetória que vem transformando a realidade de pessoas, de comunidades e da natureza. Trata-se do Fundo Socioambiental (FSA) CAIXA, que faz aniversário no dia 13 de abril e, agora, você vai conhecê-lo melhor.

​Esta é a segunda reportagem da série especial CAIXA rumo à COP 30. Até novembro, o CAIXA Notícias vai mostrar, mensalmente, como o banco tem atuado em prol de um Brasil mais sustentável e de um mundo melhor para se viver. Clique aqui e relembre a primeira matéria da série.

Criado em 2010, o FSA CAIXA começou discreto, com oito projetos selecionados para atuação no ano seguinte, mas logo em 2012 esse número foi multiplicado por dez, mostrando que aquele era o começo de uma história que renderia muitos e bons frutos. Prova disso é que, em 2025, o Fundo totalizou mais de R$ 412 milhões destinados a 220 projetos voltados para diferentes áreas de atuação. Esse recurso financeiro vem do lucro líquido anual ajustado da CAIXA. Já o acesso ao dinheiro ocorre por meio da seleção de propostas apresentadas.

Além da preocupação com a preservação dos recursos naturais, recuperação de nascentes e áreas degradadas, apoio à regularização fundiária, incentivo à ampliação de mananciais e de estações de tratamento de água, o FSA possui uma forte atuação no enfrentamento às causas das desigualdades sociais, culturais e educacionais, apoiando ações de saúde, esporte, proteção e geração de renda para as populações em situação de vulnerabilidade, sobretudo crianças, mulheres e jovens.

Presente em todo o Brasil

O vice-presidente de Sustentabilidade e Cidadania Digital da CAIXA, Paulo Rodrigo de Lemos Lopes, acredita que “ampliar, fortalecer e apoiar projetos pelo FSA CAIXA são formas fundamentais de enfrentar o aquecimento global, evitar os desastres naturais, reduzir as desigualdades sociais, proteger aqueles em situação de vulnerabilidade e ajudar a sociedade a criar alternativas para superar os desafios impostos pelo tempo presente.”

Paulo Rodrigo, destaca que “poucos países do mundo possuem uma diversidade regional capaz de propor um leque tão amplo e abrangente de projetos quanto os acolhidos e patrocinados pelo Fundo Socioambiental da CAIXA, em seus primeiros 15 anos de existência”.

O diretor de Sustentabilidade e Cidadania Digital da CAIXA, Jean Benevides, acredita que “as necessidades humanas e sociais oferecem a matéria-prima para que mentes brilhantes construam soluções criativas e inovadoras. Afinal, todos os recantos do País foram contemplados, conforme suas particularidades”.

Para se ter uma ideia, quase 57 milhões de pessoas já foram beneficiadas de forma direta e indireta pelo FSA. Jean Benevides destaca que “3 milhões de pessoas foram beneficiadas diretamente pelos projetos apoiados. São 476 mil famílias com comida na mesa, qualificação profissional, geração de renda, ajudando a preservar o local onde vivem. Estamos falando de crianças, mulheres, quilombolas, indígenas, brasileiros e brasileiras de todas as regiões. As iniciativas asseguraram o plantio de quase 7 milhões de árvores. E o FSA CAIXA ainda apoiou 120 indústrias e 88 empreendimentos do setor cerâmico. Tudo isso alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis da ONU e com os propósitos da COP 30″.


O socioambientalista Thiago Ávila evidencia que uma sociedade saudável precisa estar em harmonia com a natureza da qual ela faz parte e sem a qual não pode viver. Segundo ele, construir essa integração se torna ainda mais importante no caso do Brasil, com seu tamanho continental e vocação para ser uma grande potência socioambiental global. “Nesse contexto, o papel da CAIXA é impulsionar iniciativas que propiciem deter a degradação ambiental planetária e regenerar nossos biomas e ecossistemas. O Fundo Socioambiental da CAIXA cumpre um papel estratégico nessa missão, pois é o principal instrumento que conecta o banco a projetos desde a base comunitária até iniciativas de grande porte em todo o país”, opina.​

Thiago Ávila, socioambientalista

​Um desses projetos transformou a vida de Francisca Sarijane, de 32 anos. Mãe de dois meninos, um de 15 e outro de cinco anos, a moradora de Santana do Araguaia, no extremo Sul do Pará, conheceu o projeto Restauração Ecológica do Corredor de Biodiversidade do Araguaia há três anos, quando procurava um emprego para complementar a renda da família, cujo sustento vinha completamente de seu marido. Executado pelo Instituto Black Jaguar, o projeto atua nos municípios de Caseara (TO) e Santana do Araguaia (PA), os quais fazem parte do Corredor de Biodiversidade do Araguaia, com foco no plantio de árvores de espécies nativas dos biomas Cerrado e Amazônia. O intuito é restaurar o equilíbrio entre natureza e humanidade, preservando o meio ambiente para as futuras gerações.

Fran, como é conhecida, trabalha produzindo mudas e cuidando para que elas cheguem saudáveis até o campo. Ela explica como a vida mudou depois de ter se tornado viveirista. “Não foi só a parte financeira, de poder ajudar a minha família que estava passando por dificuldades, mas a minha visão sobre o futuro daqui para frente. Antes de eu conhecer o projeto, eu vivia ali naquele mundinho, não tinha noção do que estava acontecendo lá fora, o que poderia acontecer com o planeta, o que poderia nos prejudicar”.

Francisca em seu ambiente de trabalho

Agora, ela faz questão de compartilhar o conhecimento que adquire no projeto. “O que eu aprendo aqui eu passo para os meus filhos e, assim, sucessivamente. Porque essa geração pode fazer algo, não dá mais para esperar, o futuro é agora. Hoje nós estamos passando por mudanças climáticas, muita queimada, o tempo mudando muito e isso já foi um erro passado”, diz. “Temos que cuidar e preservar, para a próxima geração não sofrer o que estamos sofrendo por causa da geração passada.”

Além dos filhos, que, entusiasmados pela atividade da mãe, já repassam conhecimento no colégio onde estudam, Francisca tem trocas valiosas com estudantes de escolas e faculdades que fazem visitas no seu trabalho. “Nós colocamos eles para trabalhar, ver o que a gente faz durante o dia a dia, planta, semeia, cuida, rega, colocam a mão na massa mesmo. Dá para ver o brilho nos olhos deles e isso é emocionante. Ensinar para eles e saber que com certeza vão passar adiante é gratificante”, orgulha-se.

Ao refletir sobre a importância do investimento da CAIXA, a viveirista pensa nos custos para a execução do projeto e a manutenção de todo o trabalho desenvolvido pelo Instituto Black Jaguar. Como exemplo, Francisca menciona o salário dela e das outras pessoas que trabalham para o Instituto. “Eu gostaria muito de poder ser voluntária, mas preciso da remuneração para ajudar dentro de casa. O apoio financeiro faz toda a diferença para manter tudo funcionando da melhor maneira possível”. E, quando pensa nos próximos anos, Fran espera que o projeto cresça e evolua. “Que a gente produza muito mais do que já produziu”, almeja.

Semeando o Futuro: agricultor do Ceará transforma terra degradada em agrofloresta com apoio do FSA CAIXA

No sul do Ceará, na área rural do município de Nova Olinda, Francisco Luciano, de 41 anos, vive com a esposa e os filhos. Ele é um dos beneficiados por outro projeto financiado pelo FSA CAIXA: o Rede de Conservação e Restauração da Chapada do Araripe, executado pelo Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste – CEPAN. A família foi contemplada com o custeio para a implementação de um Sistema Agroflorestal (SAF) dentro de sua área. “O CEPAN viu que a gente já preservava, já plantava e disse: ‘Luciano, você merece ser contemplado com o SAF. Nós vamos fazer tudo por nossa conta. Você não vai gastar com nada’. E eu fiquei muito contente. Era meu sonho montar uma agrofloresta, mas eu não tinha condição. Então, para mim foi muito bom”, diz, emocionado.


Semelhante ao projeto visto antes, este promove a conservação da biodiversidade da Caatinga, gerando benefícios sociais e econômicos por meio da restauração florestal de 500 hectares, implantação de sistemas agroflorestais, desenvolvimento de capacidades, estruturação de mercados locais de sementes e mudas de espécies nativas, com estímulo ao engajamento e empoderamento de mulheres e comunidades tradicionais no território da Chapada do Araripe, que compreende os estados do Ceará, Pernambuco e Piauí.

Luciano, como gosta de ser chamado, e a esposa têm três filhos; a mais velha é casada e mora na cidade, porém, os menores, de três e nove anos, ajudam os pais. “Eles trabalham comigo, o pequenininho já faz semeadura. O feijão-de-porco daqui quem semeou foi ele, foram meus meninos”, afirma o pai, orgulhoso. O sustento da família simples sempre veio da agricultura.

A prática da agricultura familiar sendo passada de geração em geração

Há oito anos, depois de um período morando no Centro-Oeste do país, o pai de família retornou ao estado de origem, vendeu alguns bens e, há três, comprou a propriedade onde construiu não só a sua casa, como também um refúgio de paz e ar puro para sua família. “Minha área era muito degradada, porque eu comprei de um pessoal que criava gado. Eu fui preservando e hoje já está bem diferente do que era. Creio que, através desse reflorestamento, vai melhorar 100%”, estima. Ele imagina que, no futuro, também consiga obter renda com as sementes de árvores plantadas recentemente e que, com a ajuda do projeto, conseguirá entregá-las nos viveiros.

Luciano tem orgulho em dizer que sempre preservou a natureza e, com seus hábitos, tenta incentivar a vizinhança a fazer o mesmo. Um exemplo disso é que o caminhão de lixo passa em sua propriedade a cada oito dias, mas como não gosta de queimar nada em seu terreno, ele recolhe os resíduos e aguarda a coleta adequada. “Cada um tem que fazer a sua parte, mas se todo mundo preservasse o meio ambiente, hoje o nosso Ceará e o nosso país eram riquíssimos em chuva, a saúde era melhor. Eu me sinto bem vivendo assim, sem destruir a natureza”, ressalta.

Luciano em sua propriedade rural

Desmatamento também é uma palavra que não entra no vocabulário do agricultor que chega a brincar: “Eu trabalho que nem o povo indígena, no meio do mato e cuidando da natureza. Não uso veneno, nem agrotóxico”. Por meio do projeto apoiado pelo FSA CAIXA, ele tem aprimorado sua sabedoria sobre a lavoura e aprendido técnicas de poda, como fazer biomassa e a eliminar matos invasores para, depois, começar uma nova plantação. Luciano planta macaxeira, feijão e as tão sonhadas frutas: limão, mamão, manga, maracujá, entre outras. “A gente vende, consome e dá para as pessoas que pedem. Então, você se alimenta, ganha um dinheirinho e ajuda o próximo”, alegra-se.

Histórias como a de Francisca e Luciano ganharam uma nova perspectiva graças a projetos que acreditaram e investiram neles, assim como faz o FSA CAIXA quando apoia e incentiva uma dessas iniciativas. Mas os benefícios dessa grande engrenagem chegam em pessoas que talvez nem sequer conheçam o FSA ou os projetos apoiados pelo Fundo. Basta pensar que, quanto mais árvores plantadas, melhor se torna a qualidade do ar, do solo e de vida para os seres humanos e para os animais. Quando boas práticas se multiplicam, a destruição perde força e dá lugar a uma palavra que o Planeta tanto precisa: esperança.

CAIXA rumo à COP 30

Para Thiago Ávila, é estratégico que a COP 30 aconteça no coração da Amazônia, pois o Brasil pode se tornar, no futuro, a maior potência socioambiental do mundo. “Nesse sentido, ter representantes de todo o mundo vendo a magnitude da maior floresta tropical do mundo, da maior reserva de água potável disponível em forma líquida do mundo, do maior rio do mundo e de tamanha diversidade de povos e culturas é algo da maior importância”, destaca.

​O diretor de Sustentabilidade e Cidadania Digital da CAIXA, Jean Rodrigues Benevides, acredita que grandes instituições devem assumir responsabilidades proporcionais ao tamanho que têm. Na condição de banco público centenário, a CAIXA reconhece que sua própria existência se apoia e se justifica nos compromissos que assume com uma sociedade justa e inclusiva, cidadã e democrática, sustentável e comprometida com a manutenção de um Planeta saudável, que assegure a vida desta e das próximas gerações.

Fonte: CAIXA