Buscar soluções para os mais diversos temas da governança global. Esse é um dos objetivos do G20, grupo dos países responsáveis por 85% do PIB mundial, 75% do comércio internacional e dois terços da população do planeta. O grupo que nasceu concentrado inicialmente em questões macroeconômicas, ampliou, ao longo dos anos, a agenda para temas sociais, com resultados que vão além da pauta financeira e de um olhar restrito aos países economicamente mais desenvolvidos.

Sob a presidência brasileira, um dos resultados prioritários almejados é a construção de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Ao longo das últimas semanas temos trazido vários aspectos dessa importante tarefa liderada pelo Brasil para explicar a importância da reunião que acontecerá entre os dias 20 e 24 de maio em Teresina, Piauí.

“Trata-se talvez da mais importante iniciativa humanitária construída nos últimos anos, da qual o Brasil participou ativamente”, avalia o professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), Antônio Jorge Ramalho da Rocha. “Ao lançar a força-tarefa para apoiar a construção de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, o Brasil aproveita a oportunidade inerente ao papel de presidente temporário do G20 para dar concretude a uma agenda de trabalho que tenderá a desenvolver-se nos próximos anos”, completou.

A Aliança, aberta a todos os  países do mundo, busca formar uma cesta com políticas públicas de combate à fome e à pobreza bem-sucedidas do Brasil e do mundo.

“A ideia é estabelecer um mecanismo prático para mobilizar recursos financeiros e conhecimento de onde são mais abundantes e canalizá-los para onde são mais necessários, apoiando a implementação e a ampliação da escala de ações, políticas e programas no nível nacional”, comentou o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias.

A pauta da segurança alimentar já esteve em debate em outras Cúpulas do G20, como a da Itália, em 2021, mas ainda não foi capaz de enfrentar o desafio de tirar da fome mais de 735 milhões de pessoas no mundo, segundo estimativas da FAO. A Aliança Global surge nesse contexto e visa cumprir os ODS 1 e 2 – de redução da insegurança alimentar e miséria no mundo. Um importante passo será dado durante a reunião da Força-Tarefa em Teresina quando devem ser firmados os termos finais da Aliança.

Evolução dos resultados do G20

Para o professor da UnB, os resultados do Grupo dos Vinte são “difíceis de mensurar e fáceis de perceber”. “Graças a esse arranjo (G20), foi possível concertar respostas a problemas complexos e sensíveis para o mundo e ampliar a presença dos países em desenvolvimento nesses debates”, explicou.

Antônio Jorge Ramalho da Rocha salientou ainda que o G20 promove maior grau de legitimidade ao processo de construção de respostas coletivas a vários problemas críticos globais da atualidade. “O enfrentamento das crises de 2008 e de 2019, por exemplo, foi muito facilitado por negociações ocorridas no âmbito do G20. Mais recentemente, depois da guerra na Ucrânia, foi possível manter abertos os canais de diálogo político com a Rússia no âmbito do G20”, exemplificou.

Desde a primeira reunião de Cúpula do G20, em 2008, o escopo de temas foi sendo ampliado, passando a incluir, além dos tópicos econômicos, pautas como  o Desenvolvimento Sustentável, Segurança Alimentar, Igualdade de Gênero,  Saúde, Agricultura, Mudanças Climáticas, Transição Energética e Combate à Corrupção, entre outros.  (Veja infográfico abaixo).

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Assessoria de Comunicação – MDS

 

 

Fonte: gov.br