Responsáveis pelo projeto tem desejo de levar equipamento para rede pública de ensino do Amazonas

Na semana que marca o Dia do Orgulho Autista, como forma de celebrar a neurodiversidade de pessoas do espectro do autismo, alunos de Automação Industrial da etech, a escola tecnológica da Fundação Desembargador Paulo Feitoza (FPFtech) se preparam para apresentar um projeto inovador voltado à acessibilidade de jovens e crianças no próximo Congresso Nacional de Educação (Conedu), que acontece no Ceará, entre 19 e 21 de setembro. Sob o tema ‘Contrastes, Diversidade e Inclusão’, os alunos levam ao congresso o projeto de uma bancada didática para alfabetização de pessoas do espectro autista.

Controlada pela plataforma microcontrolada Arduino, a bancada consiste em um painel com botões em diferentes cores que ajudam na associação dos alunos com as vogais do alfabeto, além de contribuir para a melhoria da coordenação motora. A iniciativa partiu de alunos da etech (Aldemir Lima, Juvenal Filho, Matheus Pinto, Paulo Alberto Cardozo e Rondiney Silva) guiados tecnicamente pelo professor Gabriel Nunes, mas também movidos por uma aproximação pessoal com a causa, conforme lembra o orientador.

“A principal motivação foi a de que dois desses alunos possuem filhos com espectro autista e atualmente a nossa educação básica tem poucas ferramentas que viabilizam o uso de metodologias ativas para ensino nesse contexto. Os alunos pesquisaram em artigos como é a taxa de aprendizagem, mas a experiência dentro de casa com os filhos foi muito importante, porque observou-se que eles têm facilidade em associar vogais do nosso alfabeto por cores e pensando também nas crianças que possuem algumas dificuldades motoras”, explicou Nunes.

A bancada didática para auxiliar a alfabetização de língua portuguesa de pessoas em condições de Transtornos do Espectro Autista (TEA), emprega técnicas de programação em linguagem de programação tipo C, ofertada nas disciplinas de microcontroladores e comandos elétricos para o ensino técnico da etech.

Um dos alunos da disciplina e responsáveis pelo projeto da bancada didática, Matheus Lima, revelou que um dos objetivos é deixar o equipamento acessível para crianças e adolescentes da rede pública de ensino do Amazonas. “Nosso projeto tem como objetivo auxiliar o desenvolvimento dessa criança e desse adolescente em dois sentidos dos seres humanos, que é o cognitivo e o motor. O projeto é voltado para ajudar e dar suporte para essas crianças que por algum motivo não têm acesso a essa educação assistida na rede pública do estado do Amazonas”, adiantou Lima.

Para a gestora educacional da etech, Nancy Cavalcante, a existência de iniciativas deste tipo dentro da escola tecnológica mostra como os alunos estão conectados com as demandas da sociedade. “Temos muito orgulho em dizer que este é apenas um de vários exemplos de projetos de nossos alunos preocupados com a acessibilidade de pessoas com necessidades especiais, como casas automatizadas e dispositivos de segurança acessíveis em fábricas. Em nossas disciplinas, os alunos podem pegar todo o conhecimento técnico e empregar em projetos que dão uma contribuição importante para a sociedade”, destacou Cavalcante.

 

 

Fotos: Leonardo Marinho 

– Assessoria Uplink