Tefé vive momentos de horror e indignação diante do brutal assassinato de Fábio Jorge Araújo da Cruz, ocorrido na noite de 29 de janeiro de 2025, dentro de sua própria residência. O crime, repleto de requintes de crueldade, deixou a população estarrecida. Fábio foi golpeado mais de dez vezes no peito, atingindo diretamente o coração, além de receber facadas no rosto e pescoço. A brutalidade do assassinato revela a frieza dos criminosos que, sem qualquer piedade, tiraram a vida de um jovem atuante e querido por sua comunidade.

IMAGENS CHOCANTES E ROUBO DESLAVADO

Conforme imagens captadas por câmeras de segurança, os assassinos chegaram à casa de Fábio e, por quase duas horas, permaneceram no local antes de fugir carregando uma televisão, dois notebooks, celulares e um receptor de antena parabólica. As investigações apontam que os criminosos eram conhecidos da vítima, o que pode ter facilitado o acesso à residência e contribuído para a execução do crime de forma tão cruel.

A cena macabra só foi descoberta na tarde do dia seguinte (30), por volta das 15h, quando a irmã de Fábio encontrou seu corpo no quarto, em cima da cama e imediatamente acionou as autoridades. A Polícia Civil, Militar e o Corpo de Bombeiros isolaram o local e iniciaram os procedimentos cabíveis. No entanto, a revolta aumentou quando a identidade dos assassinos foi revelada: Rian e Ruan, sendo que Ruan já era conhecido pela polícia por ter cometido outro homicídio no mesmo mês, mas continuava impune, livre para espalhar terror pelas ruas de Tefé.

JUSTIÇA OMISSA, SOCIEDADE REVOLTADA

O mais estarrecedor é que, apesar dos relatórios policiais detalhados, com provas irrefutáveis sobre o envolvimento de Ruan no homicídio anterior, a Justiça sequer se deu ao trabalho de expedir um mandado de prisão preventiva. A impunidade custou mais uma vida, e agora a sociedade clama por justiça diante da inércia do Judiciário. Como é possível que um criminoso já identificado continue solto, livre para matar novamente? Quantas vidas mais precisarão ser ceifadas até que as autoridades tomem uma atitude?

LUTO E PROTESTO: UMA CIDADE EM CHOQUE

A dor e o desespero tomaram conta de familiares e amigos no enterro de Fábio, realizado no dia 1º de fevereiro. O cortejo fúnebre transformou-se em um ato de protesto. Em frente ao prédio da Polícia Militar e da Polícia Civil, manifestantes exigiram celeridade no processo e a prisão imediata dos culpados. Gritos de revolta ecoaram pelas ruas: “Justiça para Fábio! Prisão para os assassinos!” “Juiz, assina a prisão preventiva dos assassinos!”.

UM LEGADO INTERROMPIDO PELA BARBÁRIE

Fábio Jorge Araújo da Cruz não era apenas mais um jovem brutalmente assassinado. Nascido em 24 de abril de 1989, natural de Tefé/AM, filho de Terezinha de Souza Araújo e Domingos Elson da Cruz, ele era estudante do curso de Letras – Língua Inglesa na Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e trabalhava na Cáritas da Prelazia de Tefé na parte administrativa. Sempre engajado em causas sociais, atuava na defesa dos direitos da população LGBT, dos mais vulneráveis e de diversas frentes em prol da vida e da dignidade humana. Sua luta e dedicação foram interrompidas de forma brutal por um sistema falho que não puniu seu assassino antes que outra tragédia acontecesse.

O GRITO POR JUSTIÇA NÃO SERÁ CALADO

A população de Tefé, unida pelo clamor por justiça, não permitirá que esse crime caia no esquecimento. O sangue de Fábio clama por respostas, e a sociedade exige a prisão dos responsáveis. A pergunta que fica é: até quando a justiça será omissa diante da violência que assola nossa cidade? O caso de Fábio não pode ser apenas mais um número nas estatísticas. Que sua morte sirva de alerta para que a impunidade não vença e que os responsáveis paguem pelo crime hediondo que cometeram.

 

Texto: Fábio Tefé

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