Medidas incluem planejamento espacial marinho, ampliação de proteção a corais e criação de refúgio de vida silvestre

As assinaturas aconteceram durante a cerimônia de celebração do Dia Mundial do Meio Ambiente, no Palácio do Planalto

No Dia Mundial do Meio Ambiente, o presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDCI), Geraldo Alckmin, assinou uma série de atos normativos que marcam o avanço e fortalecimento da preservação de recursos terrestres e marinhos, e do uso sustentável de elementos da biodiversidade brasileira.

As assinaturas aconteceram durante a cerimônia de celebração da data, ocorrida nesta quinta-feira (dia 05/06), no Palácio do Planalto, com as presenças do ministro em exercício do Meio Ambiente e Mudança do Clima, João Paulo Capobianco, as ministras dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e do ministro das Cidades, Jáder Filho.

“Não há melhor maneira de comemorar esse dia do que avançando nas várias áreas para a preservação da nossa casa comum”, disse Alckmin

No evento, o presidente em exercício também condenou o recente período negacionista vivido pelo país no governo anterior. “Nós vivemos um negacionismo climático, com desmatamento desregrado e estímulo a invasões”, afirmou.

Alckmin ressaltou que, desde 2023, o desmatamento nos biomas brasileiros caiu, “e não por acaso, mas com ação firme do governo. Então, o item número 1 é preservar”, declarou.

O presidente em exercício ressaltou o anúncio feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva do maior apoio financeiro já realizado na história do Fundo Amazônia. Serão R$ 825,7 milhões destinados ao Ibama para execução do projeto FORTFISC – Fortalecimento da Fiscalização Ambiental para o Controle do Desmatamento Ilegal na Amazônia. 

E destacou a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) entregue pelo Brasil à Organização das Nações Unidas (ONU) com a meta de reduzir as emissões líquidas de gases de efeito estufa do país entre 59% e 67% até 2035, em comparação aos níveis de 2005.

“Somos um dos poucos países do mundo cujo compromisso não é só reduzir o carbono e sim todos os gases de efeito estufa”, lembrou. “Isso significa reduzir entre 850 milhões e 1,5 bilhão de toneladas”.

SELO AMAZÔNIA — Ele também assinou, como ministro do MDIC, a portaria que institui o comitê consultivo do Selo Amazônia, programa desenvolvido pela Secretaria de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria (SEV) do MDIC.

“Queremos valorizar os produtos da Amazônia, uma região com mais de 30 milhões de pessoas, de modo a melhorar a renda e agregar valor pelo reconhecimento do selo Amazônia”, explicou.

O comitê consultivo auxiliará na elaboração do planejamento, na formulação dos mecanismos de operacionalização de funcionamento do programa e na elaboração dos requisitos mínimos de sustentabilidade econômica, social e ambiental.

O presidente em exercício também assinou os seguintes atos normativos:

  • Decreto de criação de refúgio de vida silvestre Soldadinho do Araripe no Ceará: Abrangendo os munícipios de Barbalha, Crato e Missão velha, o refúgio com mais de 4800 hectares visa conservar as escarpas da chapada do Araripe, as florestas úmidas e as nascentes, além de recuperar o habitat exclusivo do Soldadinho do Araripe, ave ameaçada de extinção;
  • Decreto de ampliação da área de proteção ambiental Costa dos Corais em Alagoas e Pernambuco: Amplia a área de proteção em mais de 88 mil hectares, incluindo áreas marinhas essenciais à resiliência do ecossistema e à pesca artesanal. Tem como objetivo preservar a biodiversidade, valorizar comunidades tradicionais, ordenar o uso da zona costeira e promover educação ambiental, turismo sustentável e pesquisa;
  • Decreto sobre Planejamento Espacial Marinho (PEM): Criado para organizar o uso da chamada Amazônia Azul e enfrentar a degradação ambiental. Com base em compromissos internacionais, o plano adota uma abordagem ecossistêmica para garantir a conservação e o uso sustentável dos recursos;
  • Sanção projeto de lei 3469/2024: Institui medidas de combate a queimadas irregulares e incêndios florestais. Além de estabelecer medidas de apoio financeiro para prevenir e combater queimadas irregulares e incêndios florestais, o projeto de lei autoriza participação da união em funda voltado à recuperação e adaptação a eventos climáticos extremos. Também cria fundo destinado à recuperação de infraestrutura e apoio a projetos de mitigação e adaptação climática.

CONQUISTAS E COMPROMISSO — Durante a cerimônia, o ministro em exercício do Meio Ambiente e Mudança do Clima, João Paulo Capobianco, disse que os atos assinados reforçam os compromissos do Brasil com uma política mais sustentável e preparada para enfrentar as adversidades provocadas pelas mudanças climáticas.

“Essa cerimônia representa mais do que a celebração de conquistas, ela simboliza o compromisso concreto e renovado do governo federal no enfrentamento da crise climática”, afirmou.

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, citou a redução do desmatamento nos últimos dois anos, e fez um elogio aos brigadistas presentes à cerimônia.

“Gostaria de ressaltar o trabalho importante desse povo que briga com o fogo, que tem combatido os incêndios que assolam o Brasil e tem conseguido resultados positivos, que equivalem à redução do desmatamento em nosso país”, destacou.

Por fim, o ministro das Cidades, Jader Filho, lembrou que a preservação também deve levar em conta os centros urbanos, principalmente as periferias, mais vulneráveis às crises climáticas.

“Estamos comprometidos em tornar as cidades mais sustentáveis e resilientes, direcionando investimentos robustos para áreas prioritárias, incluindo a construção infraestrutura resiliente para prevenção de desastres”, ressaltou.

Após a cerimônia, o presidente em exercício desceu a rampa do Palácio do Planalto para visitar veículos do Prev/Fogo, que foram expostos em frente ao prédio.

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