Manaus recebe a primeira edição do projeto LAVA (Laboratório de Artes e Vivências Amazônidas). O foco é na formação e criação artística contemporânea de jovens entre 18 e 35 anos, especialmente pessoas LGBTQIAPN+.
A inscrição está aberta até o dia 15 de julho e pode ser realizada por meio do https://bit.ly/3SJY7s5. Com programação gratuita, as atividades ocorrem entre julho e novembro de 2025 e incluem laboratórios, oficinas e momentos de partilha entre artistas
“A proposta visa criar um espaço contínuo de formação e experimentação, preenchendo uma lacuna na cena cultural local: a ausência de programas regulares voltados ao desenvolvimento de processos investigativos”, explica a idealizadora e produtora Giselle Jardim.
Três etapas até a mostra final
A primeira fase, de acordo com Giselle, vai selecionar os participantes por meio de uma curadoria pedagógica que garanta a acessibilidade e diversidade.
A segunda contará com atividades formativas e práticas, nas quais os participantes serão incentivados a desenvolver suas criações em diálogo com temas contemporâneos.
A última fase culmina em uma mostra aberta ao público, prevista para o mês de novembro deste ano.
Oficinas e práticas artísticas
A primeira oficina, no dia 12 de julho, será conduzida pela artista afro-indígena Correnteza Braba.
A proposta se baseia em saberes afrocentrados e espiritualidades de matriz africana, com enfoque em performance e teatro.
Nos dias 26 e 27 de julho, a atriz e preparadora corporal Viviane Palandi ministra um laboratório sobre a relação entre escrita, movimento e improviso como linguagem artística.
Em agosto, o projeto segue com duas oficinas. Nos dias 15, 16 e 17, Uýra Sodoma, artista visual e mestra em Ecologia da Amazônia, propõe uma reflexão sobre urbanismo e meio ambiente, utilizando a fotoperformance como expressão.
E, no fim do mês, a multi artista Bell Apoena ministra um laboratório, também com foco em fotoperformance.
Cultura Ballroom e partilha final
No dia 21 de setembro, Simas Zion conduz uma vivência com a cultura Ballroom, conectando a dança vogue com a história de resistência LGBTQIA+ negra e latina.
Simas é pessoa não-binária, pioneira na construção desse movimento em Manaus e fundadore da Kiki House of Dení.
“O projeto visa fortalecer o autocuidado e autonomia de corpos amazônidas”, pontuou Giselle.
Também está prevista uma oficina com Raíssa Costa nos dias 4 e 5 de outubro, além de sessões de acompanhamento dos processos criativos.
“Será um lugar de troca e partilhas sensíveis e profundas que desague em fluxos que ao mesmo tempo que se dilatam, se diluem entre pensar e agir, entre estímulo e resposta, entre sentir e emitir”, garante Raíssa.
Equipe multidisciplinar
A coordenação geral e os acompanhamentos do projeto são realizados por Giselle Jardim, multiartista manauara com passagens por formações internacionais como o BECDA, La Faktoria (ESP) e a cena Ballroom em Portugal. Em 2024, Giselle integrou o programa Ecologias Especulativas / Labverde.
A direção artística está sob responsabilidade de Rodrig Vieira, artista e ativista com 26 anos de carreira em dança, iluminação e curadoria. Também compõem a equipe a bailarina Vanessa Viana, como assistência artística e acompanhamentos e Inã Figueiredo), produtora cultural com atuação em eventos importantes como o Festival Amazonas de Ópera.
Apoios e edital
O projeto LAVA foi contemplado pelos Editais da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) Manaus, com apoio da Prefeitura de Manaus, por meio do Conselho Municipal de Cultura, da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult) e do Governo Federal, através do Ministério da Cultura.
O projeto conta ainda com apoio do coletivo Cabeças Oca e parcerias com Atelieco Experiência e Afeto, Levé Studio de Dança, Impact Hub Manaus e o Museu da Amazônia (MUSA).