Pequenos e ‘frágeis’, eles podem até parecer inofensivos, mas são responsáveis por mais de 700 mil mortes por ano no planeta. Os mosquitos transmitem doenças como dengue, zika, chikungunya, febre amarela e malária — enfermidades que continuam entre os maiores desafios de saúde pública no mundo. Segundo o Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde (MS), somente no primeiro semestre deste ano, o país registrou 1,5 milhão de casos prováveis de dengue. Deste total, 36.799 casos estavam localizados na região Norte.
O alerta ganha ainda mais força com a chegada do Dia Mundial contra os Mosquitos, em 20 de agosto. A data marca a descoberta do parasita da malária no mosquito Anopheles, feita pelo médico britânico Sir Ronald Ross em 1897. Desde então, combater esses vetores tornou-se uma urgência sanitária, especialmente em regiões tropicais e endêmicas, como a Amazônia.
Entre janeiro e julho deste ano, o Amazonas confirmou mais de 3.500 casos de dengue, com Manaus concentrando 65% das ocorrências, segundo a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-RCP). Embora a malária tenha apresentado queda de 5,2% no mesmo período, os riscos permanecem altos, exigindo vigilância constante da população.
A orientação geral para prevenir a proliferação de mosquitos é evitar água parada em calhas, vasos de plantas, garrafas, pneus e caixas d’água, por exemplo. No entanto, essas medidas podem ser reforçadas por outros meios disponíveis, como as vacinas.
“A imunização é uma das formas mais eficazes de prevenir arboviroses e hoje estão cada vez mais acessíveis à população, inclusive nas farmácias, que hoje são pontos estratégicos de cuidado e orientação em saúde. Ampliar a vacinação é essencial para reduzir casos graves, evitar surtos e proteger principalmente os grupos mais vulneráveis”, afirma o supervisor farmacêutico da rede Santo Remédio, Jhonata Vasconcelos.
A rede disponibiliza vacinas contra febre amarela e dengue, transmitidas por mosquitos. O serviço não necessita de agendamento e é aplicado por um profissional habilitado em uma sala de vacina na loja. “A vacina para febre amarela com dose única é especialmente importante para pessoas que farão viagens internacionais, considerando que alguns países pedem a comprovação da imunização. Já a vacina da dengue é indicada para pessoas entre 4 a 60 anos, mas vale consultar um profissional, pois as orientações podem variar a depender do paciente. O esquema é de duas doses”, explica Vasconcelos.
Vacinas, repelentes e outros cuidados
Além da vacinação e do controle do ambiente, é possível utilizar repelentes corporais para reduzir a chance de adquirir doenças transmitidas pelos insetos. O farmacêutico explica que o mais importante é sempre utilizar produtos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e buscar orientação profissional, que pode ser inclusive do farmacêutico.
“Para reforçar a prevenção, é essencial seguir rigorosamente a frequência de reaplicação indicada na embalagem, principalmente após suor ou chuva. A concentração do ativo deve ser adequada à idade e ao tempo de exposição necessários”, orienta o profissional.
Além do uso de produtos na pele, algumas opções podem servir para o ambiente interno. Sprays, pastilhas ou líquidos para aparelhos elétricos podem ajudar a reforçar a proteção. Mosquiteiros, especialmente com inseticida, são uma barreira física a mais para dar tranquilidade durante o sono, especialmente de crianças pequenas.
“A melhor proteção é uma combinação dos diferentes meios de prevenção. O uso do repelente vai ser pouco efetivo se a pessoa mantiver água parada em casa, por exemplo. O importante é tomar todas as medidas possíveis e compartilhar essas orientações com pessoas próximas, reforçando a prevenção de todos”, aconselha.