Com R$ 1,9 bilhão para atender tanto as demandas por renda na roça quanto alimentar os mais vulneráveis, o PAA se consolida com uma das mais importantes políticas públicas do país, diz o presidente da Conab, Adão Pretto

Em 22 anos de existência, o Programa de Aquisição de Alimentos distribuiu mais de 2,3 milhões de toneladas de alimentos e transformou a realidade da agricultura familiar. Com o PAA, as famílias de assentados, indígenas, quilombolas, extrativistas têm a certeza: um vez escolhido o mercado interno para escoar sua produção, sua viabilidade econômica está garantida. Quem explica é o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, responsável pela operacionalização do programa.

O PAA já distribuiu 2,3 milhões de toneladas de alimentos. E conta R$ 1,9 bilhão em recursos para empenhar nas demandas apresentadas por associações ou cooperativas de pequenos produtores rurais. “E R$ 500 milhões já estão prontos para serem disponibilizados nos próximos dias”, revela Edegar Pretto, em entrevista a Mariana Jungman e Nazi Brum, de A Voz do Brasil

“Políticas públicas como o PAA tornam o Governo Federal o grande cliente da agricultura familiar. E a gente compra o excedente. Normalmente as famílias que vivem em situação de vulnerabilidade no campo, quando começa a operacionalizar, a vender para o PAA, elas têm uma renda certa. Começam a se alimentar melhor, seus filhos se vestem melhor, têm mais dignidade”, afirma Pretto.

A agricultora Valdenice Santos, do Maranhão, comemora. “O PAA foi um programa revolucionário que trouxe desenvolvimento sustentável para a nossa comunidade. E nós antes não tínhamos como produzir, como vender, como comercializar. Passávamos muita dificuldade, muita fome. Mas através desse programa, a história da comunidade se transformou, foi transformada”, diz. “Saímos da roça no toco, da agricultura de subsistência. Hoje em dia nós trabalhamos com a agricultura familiar, mecanizada, de forma comunitária. Todos trabalham juntos, produzimos e tudo que nós produzimos o governo federal compra.”

Seu conterrâneo Walter Santos acrescenta que a questão vai além do alimento: “Conseguiu botar comida na mesa da minha comunidade, na mesa da minha família. E tivemos um avanço muito grande. Conseguimos botar nossos filhos para estudar. A comunidade Pique da Rampa era uma comunidade mais ou menos analfabeta do Maranhão. Depois do PAA, hoje tem mais de 15 jovens com curso superior e outros fazendo até doutorado”.

Além de garantir a renda no campo, o programa abastece também projetos que levam comida às populações mais vulneráveis, como as Cozinhas Solidárias. “Hoje nós estamos oferecendo mil refeições, quem sabe nós não estamos caminhando pro primeiro restaurante popular em Roraima, que é um restaurante que surgiu de um projeto tão pequeno, né? Então eu acho que eu quero ir mais longe junto com a Conab”, diz a cozinheira solidária Áurea Cruz, de Boa Vista.

E nós estamos com mais de mil Cozinhas Solidárias cadastradas no Brasil recebendo comida boa, comprada por um preço justo e alimentando quem mais precisa (…) Assim, temos uma das grandes políticas públicas de combate à fome. Não só na quantidade, mas também na qualidade. E isso é muito importante”, diz o presidente da Conab.

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