Com o falecimento (12/05) de um de seus filhos mais ilustres, Feliciano Pimentel Lana (83 anos), artista plástico da etnia Desana, o Alto Rio Negro perde uma de suas figuras mais ilustres.

Seu Feliz, nome como era carinhosamente chamado, deixa como herança artística, uma extensa produção de obras que o notabilizaram no cenário nacional e internacional, por seu estilo inconfundível de narrar, através de suas arte, a história e as cenas do cotidiano do Alto Rio Negro.

Considerado um dos principais artistas plásticos indígenas do Brasil, seu Feliz era um homem simples, calmo e generoso; suas produções artísticas expressam as narrativas singulares dos Desana, seu povo. Com muita sensibilidade, abordou todos os temas: plantas da roça, árvores, peixes, artefatos e utensílios, cenas de trabalho, retratos de mulheres e homens em suas atividades, sentimentos e afecções, festas, rituais, elementos citados nos benzimentos. Seus trabalhos estão em instituições diversas como o Museu de Arte de Belém, o Museu da Amazônia e o Museu Britânico.

Neste momento palavras perdem o sentido diante da tristeza contida na saudade que todo povo do Alto Rio Negro sente pela perda de seu Feliz. Resta, manter  acessa a chama de seus trabalhos, que representam as etnias indígenas, sobretudo, os Desana, seu povo. Fica a certeza de que, o homem simples e generoso, se eterniza em sua arte.

Nivaldo Soares