Não precisava filho, o que eu mais queria era te dar um abraço…

Todos os anos as coisas se repetem. Segundo domingo de maio, dia das mães. As preocupações dos filhos começam: o que vamos fazer para o almoço do dia das mães? O que vou dar de presente para ela? Estas são as principais perguntas. Shopping (este ano infelizmente não teremos) e supermercados lotados a procura dos melhores produtos, seja comida ou presente, tem que ser o melhor para ela. Às vezes, nem se sabe mais o que dar de presente – uns pensam… ano passado dei um perfume, há dois anos dei um lindo jogo de talheres ou será que foi no aniversário dela? Poxa, todo ano a mesma coisa, esqueci de novo. O que será que dou este ano? Ainda tenho que comprar os ingrediente para preparar um prato pra levar para o almoço, preciso correr, preciso comprar…

Chega domingo, tudo preparado, mesa bonita, flores, o prato preferido dela e os nosso também rsrs, a família toda reunida, filhos, netos, bisnetos, tataranetos… Chega a hora da entrega dos presentes, esse é um dos momentos mais especiais, vou dar o melhor, o mais bonito… mas, minha mãe é uma “desmancha prazer”, eu me esforcei tanto para comprar e ela diz calmamente: – Não precisava filho, o que eu mais queria era te dar um abraço, faz tempo que você não me visita… você é meu maior presente! Poxa, havia imaginado o quanto a deixaria emocionada quando abrisse a embalagem, mas foi ela que me emocionou. Uma lágrima disfarçada desce pelo meu rosto, mas não consigo conter. Foi ela que me deu o melhor presente, que me fez compreender que: mãe é mãe…

Aos 97 anos, minha mãe, dona Nely, é maravilhosa!

Nivaldo Soares